quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O dia em que a Morte não saiu à rua


«No dia seguinte ninguém morreu. O facto por absolutamente ao contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma perturbação enorme, efeitos em todos os aspectos justificado, basta que nos lembremos de que não havia notícia nos quarenta volumes da história universal, nem ao menos um caso para amostra, de ter alguma vez ocorrido fenómeno semelhante, passar-se um dia completo, com todas as pródigas vinte e quatro horas, contadas entre diurnas e nocturnas, matutinas e vespertinas, sem que tivesse sucedido um falecimento por doença, uma queda mortal, um suicídio levado a bom fim, nada de nada, pela palavra nada.» in As Intermitências da Morte, de José Saramago, Editorial Caminho, ou melhor, Leya Caminho

Bem-hajam os livros cujas ideias ultrapassam, em muito, as palavras, cravando-se em nós como um ferro em brasa.

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